Prólogo da autora: Um resumo da vida do Kamus em primeira pessoa, razoavelmente independente. Só pra situar ok, boa leitura.
Já experimentou ter o mundo abaixo de você dissolvido como em um simples toque de mágica? Todos em que acreditava amar virarem seus inimigos, e descobrir que quem mais lhe machucara, o pai das mentiras, poderia ser seu anjo da guarda se houvesse permissão?
Anjos, demônios, algo após a morte... Os mortais precisam disso para continuar, se erguer após uma queda. Já eu precisava de tão pouco... Só precisava de um chão, algo em que acreditar, metas para alcançar. Vivi durante anos amando minha mãe acima de qualquer circunstância, e ela era a única coisa real pra mim; Meu pai nunca fora um pai, e não demorei a descobrir que nem o mesmo sangue nós tínhamos, e aquele homem controlava minha japonesa imaculada, sujava aquele rosto pueril, a maltratava como forma de diversão barata.
E ela se foi. A idéia de jogar toda a culpa no homem que mais odiava era natural. Se era verdade ou não que ele a havia matado, pouco me importava. É desse “algo real” que falo, não precisa ser verdade, eu só preciso acreditar.
Então porquê diabos eles tinham que contar verdades?
Então eu montara minha sina, o destruiria sobre qualquer circunstância, e o que viria depois também não tinha importância. O que não sabia era que precisava de alguém para seguir, outro chão, algo concreto para me apegar. Daí ele surgiu, o homem de cabelos tão prata quanto os meus, disse que precisaria de alianças, que o que diriam de mim determinaria o que eu era.
E era a maldita
persona nascendo, me dizendo o que fazer em público e deixando esse ódio para que apenas eu mesmo pudesse ver, jogando as lembranças e vergonhas de lado, para que os outros não pudessem me acusar. E aquele mestre virou pai, pai de verdade, era sangue do meu sangue. E eu queria ser forte como ele, aprender a manipular; mas nunca o fiz tão bem, diga-se de passagem.
Daí eu tinha uma vida, tão falsa quanto essa minha máscara de ferro. O que não sabia é que a estava construindo sobre uma base de vidro, as mentiras iriam cair, a verdade tomaria conta de mim e eu mesmo não saberia o que era mais real.
Se era eu, ou a máscara.
Então que desmoronou. A mãe perfeita era uma atriz, tão vilã quanto qualquer outro dessa história. O falso pai estava a seu mando, a amava tanto quanto eu, mas uma paixão cega e doentia. O verdadeiro era um mentiroso, invejei tão sua manipulação, mas nem fui capaz de ver que eu era sua peça, um
bispo, pronto para ser sacrificado em prol do rei.
Falta de caráter deve ser coisa de família afinal.
~*
Gracinha da mamãe *;* Um resumo da vidinha perturbada do Kamus, algo que escrevi para o último post meu com ele (troquei de personagem, sabe), mas acabou ficando "grande" no sentido de tamanho e de 'abranger demais' digamos assim, aí preferi postar aqui e na hora de postar lá só mandar um link daqui... Enfim, e só pra frizar, ele realmente tinha um diário, um
livro de lugar-comum pra ser mais exata (sim sim, mais crédito para Lemony Snicket) e que vai ser encontrado pela Lilith (a char nova, oi), daí eu não perco nada do que fiz e descobri em on, não é genial? xD /finjamqueé
Bêijos~
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