Seria a mente humana tão frágil quanto sua carne? Nessa altura do campeonato só restara a Kamus acreditar que sim.
Pensava, refletia, cauculava e previa tudo que lhe pudesse ser útil, tal como algumas teorias que passavam por sua mente desde que sua mãe fora assassinada.
Até então nunca fizera grande esforço perante a possibilidade de inocência de Joseph. E era óbvio o porquê, pois sua alma pedia por alguma "desculpa" e o ódio por tudo que aquele homem o fizera passar agora pesava além da razão, tinha de por a culpa em alguém, e sentia que não conseguiria prosseguir sem isso.
Kamus acreditava, porém, que sentia sua mãe tocar-lhe e falar ao seu ouvido "foi tudo culpa dele, só dele... Você tem razão em odiá-lo, você tem razão em querer matá-lo...". Com isso preferia acreditar somente nisso, traçando para si mesmo um fino limite, que poderia ser seu penhasco, sua sentença de morte. Mas quem disse que se importava? Ele queria tudo aquilo, sua aura chamava aquele ódio incontrolável, mas... Teria sua mãe gostado de seu destino?
Aquela bela japonesa, assassinada frielmente, o que teria dito, se lhe fosse possível, em seu leito de morte? Diria para vingá-la? Nunca... E no fundo Kamus sabia disso, porém negava fortemente qualquer dúvida, já estava longe demais para voltar atrás, ainda que quisesse.
É então que voltamos à questão inicial: Seria a mente humana tão frágil quanto sua carne?
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Uhul, mais uma seqüência em aberto para esse blog. Estava lendo um dos primeiros posts do Kamus quando me surgiu isso. Além das introduções estarem sempre presente (uns 90% do primeiro post do arco de interação), elas geralmente são pequenas, combinando mais com um blog.
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