Um dos posts mais divertidos desses últimos tempos de fórum, uma aula de transfiguração 'diálogo de mais e tarefa de menos' e uma interação LilithxKamus (ou seja, eu e eu mesma) no mesmo dia da morte dele ;-;
E em resumo, a coisa mais atípica que já escrevi.
Farei mais vezes.
~*
A idéia lhe viera rápido demais para ser descrita, Lilith e seu joguinho não tinham lá muito limite e aquela era uma aula conjunta de transfiguração; Segundo e terceiro ano, só podia ser um sinal.
- Não seja orgulhoso, você não tem uma dupla, nem eu. - susurrara de maneira tão furtiva aos ouvidos de Kamus que quase o fizera saltar da cadeira. Era misto de espanto e arrogância em seu olhar.
- Poderia arrumar fácil. - e ele realmente se voltou para a frente, que esnobe. Mas ela sabia que era parte do charme, se realmente não tivesse acatado a idéia ele sairia dali para arranjar um parceiro perdido do outro lado da sala.
- Pode ser, mas sem perguntas. - lhe arrancara um sorriso de ponta a ponta, quase instantâneo.
- Relaxa, só quero estudar. - não querida, você veio para uma escola para tudo menos
estudar. Agente finge que acredita e você reflete sobre, que tal?
Deveriam fazer da pedra um pássaro e do pássaro um cálice de água. Era estranho haver feitiços com tão pouca utilidade prática, se a essência do cálice ainda era uma pedra, sua água no mínimo daria uma sensação de insuficiência estomacal, certo? E aqueles pássaros, bem, no máximo dariam um presente belo e original.
- Mas... Você bem que poderia confiar um pouquinho em mim. Avifors.
- Uma pedra é mais sensível que você. Vera Verto.
- Que nada, eu tenho sentimentos, só não demonstro porquê acho que é melhor assim.
- E porquê acharia?
- Porquê o mundo precisa de pessoas fortes. - abaixou a varinha e voltou sua atenção para os olhos verde-azulados do garoto. Geravam relativa perturbação. - Ei, é agora que você discorda da maneira mais arrogante que conseguir, Kamus.
- Talvez o mundo precise de pessoas fortes. - Hãn? De fato, Lilith ser de um calma quase sobrenatural, mesmo perante a morte, era o fardo que algo maior designou a ela. Ou assim achava. Só que nada tinha haver com o mundo, e isso ele já havia sacado, nossa ruiva nada tem haver com o que todos esperam ou deixam de esperar.
A não ser que resumamos mundo em três pessoas.
- Essa foi a maior conversa que já tivemos. - Sentiu que alguém a observava, e ao se virar deparou-se com um par de olhos raivosos, de um ajudante da discente; os dois não deviam estar conversando tanto e treinando tão pouco. - Avifors. - O sermão visual fora o suficiente para dez segundos de ‘não mais que a tarefa’ entre os dois.
- Algo me perturba, como sabia que Alice corria perigo aquele dia?
- Existem coisas que simplesmente sei. E você sabe que é verdade, se não contaria como soube para aumentar sua confiança em mim. - E você já percebeu que raciocinar pelos outros é algo que gostamos de fazer.
- E porquê você confia em mim?
- Não confio. - silêncio. Era uma estranha surpresa no rosto do terceiranista. - Mas eu gosto de você, hum, apesar do tapa na cara e tudo mais. - A verdade é que ele a divertia muito, e Kamus ainda não havia se dado conta disto. - Acho que é tão perdido quanto eu e te ajudaria se soubesse como. - finalmente pareceu considerar o que dizia, por alguns momentos abaixou a cabeça e olhou para o além-chão.
- Quero te contar uma coisa. Meia noite, no salão comunal.
- E seu pássaro está sem cabeça.
Marcadores: Kamus Y. Lemont, Lilith L. Baudelaire, narrativas, produto de rpg fóruns